sábado, 21 de novembro de 2009

Tulipa


Todo processo de polinização de uma flor se dar com o encontro dos esporos (masculino) com a oosfera (feminino) vinda pelo vento ou por um pássaro ou mesmo uma enxurrada dos fluidos,na perfeição da natureza. Muitas coisas na natureza desenvolveram-se para atrair polinizadores; atráves do cheiro,pela dança dos corpos,pelo tato.Nesse encontro a natureza faz seu trabalho de ir sempre à frente,de ter seu objetivo final que a fecundação... A natureza sim segue seu rumo independente de outras forças, no máximo o homem ou a mulher (tb é claro) interrompe, mas nunca vai fazer voltar o seu rumo. A germinação se dar num nicho difícil no meio de grandes árvores, terreno arenoso, desigual e desNivelado, onde os status da forças da natureza interferem com suas opiniões a milênios. Mas ainda semente, a Tulipa, segue seu percurso;e deixar seguir o percurso já é uma ESCOLHA... O sol, não consegue sempre chegar lá, o vento é forte, as dificuldades são enormes. Mas ao seu lado está bem enraizado um Eucalipto que dar uma ‘folhinha’ a essa Tulipa. Existe harmonia. O Eucalipto não opina, mas estar ou seu lado. As árvores maiores e antigas dizem que a Tulipa não pode sair dali, ela tem que seguir seu rumo, fixar-se para que o solo fique protegido, é quase uma imposição da natureza, onde se fala da dignidade da vida, uma condição valorativa daquelas árvores naquele ambiente. Mas tinha algumas poucas árvores que não achavam necessário a sua vinda, achavam-se “auto-suficiente” ao ambiente, em contraponto as antigas, falava-se da indução a terminologia. E o Eucalipto sempre ali com suas raízes bem fixas, fortes e calado. E a Tulipa a germinar, principalmente à noite. O ambiente estava muito conturbado para o seu desenvolvimento. Várias histórias ela, a Tulipa, ouvia que a época não estava boa para o seu desenvolvimento. Ela queria sol, ele não aparecia. Queria água, também não tinha nenhum outro apoio. Os dias e noites foram ficando reflexivas para a linda flor. Exclamações como a escolha a época especifica para a sua vinda ou mesmo se a enxurrada que a fez germinar tinha sido da sua escolha. Como flor de haste ereta, impositiva pela sua altura, a Tulipa, mas flor solitária que pelos seus valores e decisões, ela resolve redirecionar a sua fixação e a sua vinda até por ser uma flor de difícil manipulação pelas condições de sua fixação, solo, clima, sociedade,...

A Ida da Tulipa. Faz 1 ano e quase 5 meses do acontecido.


Tu e Eu

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.


Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.
(Luis Fernando Veríssimo)


Ju Agreste do Cabrunco da Pexte

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